sábado, 5 de abril de 2014

Globo envia comunicado sobre o falecimento de José Wilker; veja a trajetória do ator

wilker

O ator José Wilker de Almeida morreu na madrugada deste sábado, dia 5 de abril, no Rio de Janeiro, aos 66 anos, vítima de infarto.
 
Nascido em 20 de agosto, em Juazeiro do Norte, no Ceará, ainda criança se mudou para Recife. Sua primeira experiência profissional foi, aos 13 anos, como figurante no teleteatro da TV Rádio Clube, do Recife. A vida como ator profissional começou no Movimento Popular de Cultura (MPC) do Partido Comunista. Estudou teatro, dirigiu vários espetáculos pelo sertão e realizou documentários sobre cultura popular. Em 1964, o trabalho foi interrompido pelos militares. De todo o acervo, que foi queimado, só sobrou o filme do cineasta Eduardo Coutinho, “Cabra Marcado Para Morrer”.
 
Em 1967, foi morar no Rio de Janeiro para estudar Sociologia. Mas largou o curso e decidiu se dedicar ao teatro, onde ganhou vários prêmios, como o Molière de Melhor Ator, em 1970. Foi quando o escritor Dias Gomes o convidou para o elenco da novela ‘Bandeira 2’ (1971), seu primeiro papel na TV.
 
Participou de quase 30 novelas na Globo. O primeiro protagonista veio em 1975, na primeira versão de ‘Gabriela’, como Mundinho Falcão. No remake, em 2012, foi convidado para integrar o elenco como o Coronel Jesuíno Mendonça, e ficou marcado pelo bordão “vou lhe usar”, que se tornou febre nas redes sociais.
Wilker tem no currículo uma série de personagens carismáticos, até hoje lembrados pelo público e que entraram para a história da dramaturgia brasileira, como o jovem Rodrigo da primeira versão de Anjo Mau (1976). Em 1985, viveu Roque Santeiro, personagem central da trama homônima de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, ao lado de Lima Duarte, como Sinhozinho Malta, e Regina Duarte, a Viúva Porcina. A novela marcou época na TV brasileira. O divertido Giovanni Improtta, de ‘Senhora do Destino’ (2004), lançou diversos bordões como “felomenal” e chegou ao cinema em filme que marcou sua estreia como diretor cinematográfico. Destaque também para o seu trabalho nas minisséries ‘Anos Rebeldes’ (1992), ‘Agosto’ (1993) e ‘JK’ (2006), quando deu vida ao presidente da República, Juscelino Kubitscheck. Na TV, dirigiu ainda programas e humorísticos, como o ‘Sai de Baixo’. Seu último trabalho foi como o médico Herbert, na novela ‘Amor à Vida’ (2013).
 
Apesar da televisão ter conquistado o ator, José Wilker era um apaixonado declarado pelo cinema. Participou de filmes importantes como “Xica da Silva” (1976), “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), “Bye Bye, Brasil” (1979), “O Homem da Capa Preta” (1985) e “Guerra de Canudos” (1997). Artista múltiplo, também escrevia para revistas e jornais, foi diretor-presidente da Riofilme, apresentou programas na TV sobre cinema e comentou a cerimônia do Oscar durante vários anos.
 
José Wilker deixa duas filhas: Mariana, com a atriz Renée de Vielmond, e Isabel, com a atriz Mônica Torres. Assim que tivermos informações sobre velório e enterro, comunicaremos.

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