A
SOFISTICADAPAOLA BRACHO | A USURPADORA (
Televisa -
SBT)
Gabriela
Spanic
10º LUGAR. Dona do
sorriso mais gostoso da História, Paola Bracho era tão
odiada, mas tão odiada, que nem a sua
irmã Paulina, no
posto de Usurpadora, fazendo o bem a todo mundo da família Bracho, era
perdoada.
Paola embebedava a Vovó Piedade, roubou o
marido da cunhada (que vivia na mesma casa que o próprio Carlos Daniel), posava
nua para um pintor e ao mesmo tempo punha aquele chifrinho básico no seu marido.
E o pior é que essa Paola achava essa vida "monótona"!
Era impossível não se
apaixonar pelo charme de Paola Bracho, que foi interpretada com maestria por
Gabriela Spanic, e com a dublagem
insubstituível de Sheila Dorfman. Há
vilões muito mais maus do que ela, mas nenhum
deles tem a mesma cara de pau e o mesmo sorriso delicioso de
Paola.
A ESPOSA FIEL
ÁDMA
GUERREIRO | PORTO DOS
MILAGRES (Globo)
Cássia
Kiss
9º LUGAR. Quem não
se lembra de
Ádma,
a inseparável companheira do prefeito
Félix Guerreiro? A
primeira-dama lutava com
unhas
e dentes para defender o marido de seus opositores políticos. Ficou famosa por
desfilar por aí com um anel de ouro recheado de veneno, com o qual fez várias
vítimas, sendo inclusive atormentada por algumas.
Ótimo
trabalho
de
Cássia Kiss, numa novela bem mais ou
menos de
Aguinaldo
Silva.
A CASTA
VIOLANTE |
XICA DA SILVA (Manchete)
Drica
Moraes
8º LUGAR. Se há um
trabalho que revelou o poder de Drica
Moraes como atriz, foi a Violante, de Xica da Silva. A personagem vivia entre o ódio,
o ressentimento, e o amor, e caregava esses sentimentos sempre juntos, no olhar mais expressivo já
existente numa novela. Brilhava, carregava sempre lágrimas que dificilmente
desciam.
Tanto fez que conseguiu casar-se com o Contratador João
Fernandes, mas continuou seca até o final de seus dias.
"Viola" era de uma carga
emocional tremenda, e em todos os momentos tínhamos que nos curvar ao show de
interpretação de Drica, aliado ao texto proibido de Walcyr Carrasco.
O ESCRAVOCRATA
LEÔNCIO|
A ESCRAVA ISAURA (Record)
Leopoldo
Pacheco
7º LUGAR. Capeta em
forma de guri, Leôncio
cresceu abusando de escravas, maltratando as pessoas, achando-se mais do
que tudo e todos. Apaixonou-se por Isaura, e isso foi
suficiente para desencadear toda a trama da novela.
A presença de Leôncio
nesta lista é, no mínimo, surpreendente até para mim. Mas eu não nego, nem nunca
neguei, que A Escrava Isaura teve um
texto leve, de diálogos muito bons, embora tenha tido seus exageros e barrigas
totalmente desnecessárias. A morte de Leôncio com um fajuto "Quem matou?" foi o fim da picada.
Mas,
esse personagem entrou para a história pela atuação fenomenal de Leopoldo Pacheco, o que lhe rendeu um contrato
com a Globo (onde, infelizmente, só fez papéis medíocres). O texto foi assinado
por Tiago Santiago e Anamaria Nunes. Tenho leve suspeita de que os
pontos bons devemos mais a ela do que a
ele.
GARRA E CUTÍCULA
BÁRBARA e TONY
| DA COR DO PECADO (Globo)
Giovanna Antonelli e
Guilherme Weber
6º LUGAR. Sim, uma
dupla! Fica difícil separar Bárbara e Tony, a liga bandida de Da Cor do Pecado. Tony era um chantagista,
traiçoeiro, assassino, ladrão, e tudo o mais que pode integrar o currículo de um
bom vilão. Ao mesmo tempo era hilário nas suas investidas em Coração, e ela não lhe
dava a mínima. Aos poucos, descobrimos que aquele sentimento de Tony era amor de
verdade, mas Barbara só tinha olhos para Paco, ou Apolo, ou qualquer outro,
desde que fosse interpretado por Reynaldo
Gianecchini.
Barbara era uma mãe relapsa, pessoa desequilibrada,
racista, falsa até a raiz do cabelo, mas o que é melhor: muito engraçada. E era
muito bem amparada nesses quesitos por seus pais, Edu e Verinha, núcleo cômico
interpretado por Ney Latorraca e Maitê Proença. Não tinha como Barbara sair boa
coisa tendo esses dois mestres como pais.
A dupla Barbara e Tony foi apenas
uma, mas certamente a melhor das qualidades dessa grande novela que foi Da cor do pecado, do excelente João Emanuel Carneiro, e que se tornou a mais
vendida da história - mais de 100 países aprovaram a trama, que desbancou a
líder Terra Nostra.
A CACHORRA
LAURA PRUDENTE DA COSTA | CELEBRIDADE (Globo)
Claudia
Abreu
5º LUGAR. Laura Prudente da Costa
é uma dessas vilãs que você já sabe que marcaram época, pelo simples fato de
sabermos o nome dela completo. Laura era
mente aberta, não tinha frescuras, porque seu único objetivo em vida era
destruir a de Maria
Clara. E por certo tempo, até conseguiu.
O trabalho marcou tanto a
carreira de Claudia Abreu que, em sua personagem seguinte - a Vitória de Belíssima -, todo o Brasil esperou pela volta
de Laura Cachorra. O autor, Silvio de
Abreu, até fez um jogo com isso, mas no final não deu outra: Vitória era
do bem, portanto não tinha nada a ver com a Laura.
O louvor foi tamanho que
Gilberto Braga, autor de Celebridade, não escondia de ninguém que queria
Claudia trabalhando com ele nos papéis principais de Paraíso Tropical (o que teria feito toda a
diferença). Não que Alessandra Negrini
tenha se saído mal; pelo contrário, superou expectativas. Mas Gilberto
não só não ficou satisfeito, como foi
indelicado o suficiente para dizer em público que preferia ter ido ver o filme do
Pelé a Claudia Abreu naqueles papéis, e
pronto. Mas não dava mesmo, já que ela não pôde aceitar por conta da
gravidez.
A AVE-FÊNIX
BIA FALCÃO | BELÍSSIMA (Globo)
Fernanda
Montenegro
4º LUGAR. Dar um
papel como Bia Falcão
para uma atriz como Fernanda
Montenegro não tinha como não dar
certo.
Era para ser uma participação razoavelmente pequena, resultando na
morte de Bia num acidente de carro. Sua ausência temporária não afetou a
audiência da trama, mas Silvio de Abreu
não foi indiferente ao clamor do público, e fez Bia ressurgir das cinzas,
para infernizar a vida da pobre Zúlia. No final, Bia se
deu bem em Paris com o amante jovem, num destino atípico em relação aos que são
dados às vilãs tradicionais. Desta lista, aliás, foi a única que se deu
bem...
A LADRONA
NAZARÉ TEDESCO | SENHORA DO DESTINO (Globo)
Renata
Sorrah
3º LUGAR. Se a
Naza não aparecesse
aqui, eu poderia dar adeus a este blog, ou até mesmo a esta vida, porque não
iriam me perdoar. Mas calma, Dedé: ela não só está nos Dez listados, como em posição privilegiada. No
pódio.
A ladrona de criança, e
posteriormente assassina, mentia descaradamente e levava muita gente boa no
bolso. Tanto se dizia sexy, que eu acabei acreditando; e até hoje eu acho Nazaré um
chuchuzinho!
Mas justiça seja feita: o amor que Nazaré sentia por Isabel/Lindalva, a menina
que tirou dos braços de
Maria do Carmo, era descomunal.
Tanto Aguinaldo Silva merece palmas por essa novela
estupenda, do início ao fim, que foi Senhora do
Destino, quanto Renata Sorrah
merece ser ovacionada todos os dias por essa personagem, cuja tesourinha virou
mania em todo o país.
A DESAPEGADA
FLORA PEREIRA DA SILVA | A FAVORITA (Globo)
Patricia
Pillar
2º LUGAR. Chegamos
num momento em que a maldade conta mais do que qualquer coisa. Nenhum ser humano
brasileiro, pelo menos nas novelas, conseguiu ser tão mau quanto Flora Pereira da Silva,
que nos primeiros capítulos ainda teve o desplante de nos deixar na dúvida
quanto ao fato de ela ser mesmo a bandida de A
Favorita. Mas essa dúvida não durou muito.
A única coisa que ela
amava, além do dinheiro, era Zé Bob. Mas até ele Flora tentou matar.
Ela não tinha
apego a ninguém. Sequestrou a si mesma, e a própria filha, só porque a garota
lhe disse um desaforo! Assassina de sangue frio, além de bem engraçada em suas
colocações, Flora passa na frente de todos os fascínoras brasileiros.
O PRÓPRIO CÃO
SORAYA MONTENEGRO | MARIA DO BAIRRO (Televisa -
SBT)
Itati
Cantoral
1º LUGAR. Sim,
porque o primeiro lugar, vai para uma
mexicana!
Não há, nunca existiu nem nunca
existirá (assim espero), pessoa mais cruel, odiosa e miseravelmente má do que
Soraya Montenegro.
Ela já é odiada por muitos só pelo simples fato de ser de uma novela mexicana,
portanto não podia mesmo deixar de estar no primeiro lugar.
Soraya era uma
pessoa evitada pelo próprio diabo: ela caiu de um prédio de não sei quantos
andares, atravessando uma janela de vidro fechada, e, pasme:
não morreu.
Suas
maldades não eram privilégio da
Catadora (assim ela
chamava
Maria do
Bairro), mas também envolviam a sua própria mãe (que era, literalmente,
uma bruxa), sua enteada deficiente, e toda a humanidade. Além de tudo, era
pedófila: apaixonou-se, e embebedou, o filho da sua arqui-rival.
Depois de
atormentar toda a raça humana, sua relação com este planeta ficou insustentável:
ou seja, a novela estava acabando, e Soraya tinha que morrer. Não pense que
aquela música é uma mera coincidência: todos queriam
vê-la queimando - e foi
isso o que aconteceu. A praga morreu queimada viva, crepitando lenta e
dolorosamente, numa casa em que ela mesma ateou fogo. E, como não poderia deixar
de ser, morreu praguejando contra tudo e contra
todos.