A versão original de “Saramandaia”, produzida em 1976, tinha a ditadura militar como contexto e, consequentemente, como pano de fundo das sátiras e críticas dos personagens. Na versão 2013, tendo um Brasil democrático como cenário, a corrupção será o mote principal da trama.
Autor do remake, Ricardo Linhares fará referências muito claras ao atual cenário político e até mesmo o mensalão será adotado pelas autoridades de Bole Bole, cidade fictícia onde se passa a novela.
Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, Linhares dá detalhes sobre o assunto. “O personagem do Zé Mayer é um ex-prefeito corrupto, todo mundo sabe que ele é corrupto, que ele mandou e desmandou… Existe todo um grupo de jovens na novela que se espelham em jovens da vida real – caras-pintadas, estudantes que protestam em qualquer lugar do mundo: São Paulo, Rio, Nova York, na primavera árabe. Eu trouxe esse protesto atual e contemporâneo para dentro da novela, sem metáforas. Naquela época não se podia falar nem que algum prefeito era ladrão.”
Jargões da atualidade serão utilizados pelos personagens e palavras como “corrupção”, “inquéritos” e “pizza” soarão corriqueiras. Ainda segundo o autor, a Câmara de vereadores será composta por dinossauros da política, que “não largam o osso nunca”, em referência a membros do Congresso Nacional.
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