Há três
anos o Brasil parava. Não para acompanhar o julgamento dos condenados do
mensalão, nem para esperar o fim do mundo, mas para assistir ao ápice de uma
história de horário nobre. Apesar de uma trama das nove não ser assunto do
cotidiano dos brasileiros como um dia foi, já naquele ano, “Avenida Brasil” foi
a última novela da Globo que conseguiu uma média geral próximo à meta da
emissora, e 40 pontos. Atingiu 38,8 em São Paulo, maior praça de medição do
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), e junto trouxe a
preocupação que se tornou essencial às suas sucessoras: um olhar diferenciado
aos detalhes técnicos de filmagem e enquadramento.
Era 2012,
um ano em que a teledramaturgia brasileira ganhava novos rumos com a quebra de
um monopólio de audiência a apenas uma emissora. O ano começava com a estreia
de “Rei Davi”, primeira produção bíblica na Record que realmente rendeu bons
índices, chegando a uma média geral de 12 pontos, com picos de 16 pontos em São
Paulo. A média das antecessoras até então não chegava a dois dígitos. A
estratégia utilizada pelo SBT no início dos anos 2000 com a versão brasileira
de “Chiquititas” também voltava a funcionar e trazia um novo público à frente
da tela. Com o remake da novela mexicana “Carrossel”, a novela de Íris
Abravanel vingou e o horário nobre se tornava palco de disputas por audiência
entre as principais emissoras do país.
E foi em
meio a este cenário que João Emanuel Carneiro, autor de apenas uma novela do
horário nobre, com “A Favorita”, em 2008, voltou com uma trama diferente, com
enredo semelhante a séries americanas, chegando até ser apontada como uma cópia
de “Revenge”, também exibida pela Globo, mas, no ano seguinte. “Avenida” havia
começado com jeito e forma de ser uma novela de sucesso, e, com o desafio de
manter os 39 pontos deixados por sua antecessora, “Fina Estampa”, de Aguinaldo
Silva. Conseguiu. Fez com que o público voltasse a acompanhar uma história. Fez
com que a internet, ou, pelo menos, uma das redes sociais mais influentes no
mundo soubessem que a trama estava no ar.
Foram 179
capítulos, em que Carminha, Nina, Rita, Tufão, Leleco, Max, Lucinda, Nilo
ocuparam o mundo virtual. Com o #OiOiOi100, em julho, até #OiOiOiFinal, em outubro. Ou até mesmo chegar a
ocupar os dez assuntos mais comentados. Feito que nenhuma sucessora conseguiu
até hoje.
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