domingo, 24 de fevereiro de 2013

“A Casa das Sete Mulheres”, a epopeia do Rio Grande do Sul


Guerra, amores e lindas paisagens… “A Casa das Sete Mulheres” contou de forma romanceada o episódio mais importante da história do Rio Grande do Sul com a ajuda financeira do Estado.

Maria Adelaide Amaral, a autora titular da minissérie, não esconde de ninguém o orgulho que sente pelo sucesso da trama gaúcha. Baseada no livro homônimo de Letícia Wierzchowski, “A Casa das Sete Mulheres” foi um verdadeiro fenômeno de audiência e repercussão.
Em palestra na Bienal de 2012, Adelaide confessou que a empolgação do Estado do Rio Grande do sul com a minissérie era tamanha, que quando o orçamento da produção estourou, o governo se dsponibilizou para custear parte da obra. O dinheiro público foi bem empregado, já que o turismo de qualquer cenário retratado pela Rede Globo tende a crescer, como foi o caso do Maranhão com “Da Cor do Pecado” e atualmente é o caso da Turquia, por causa de “Salve Jorge”.
O teor documental do texto fluído dos autores foi o grande chamariz para que o folhetim se tornasse mania nacional em janeiro de 2003. Além disso, o titulo bastante sonoro, a direção caprichada de Jayme Monjardim e a belíssima trilha incidental de Marcus Vianna contribuíram para o sucesso da empreitada. As difíceis cenas de guerra foram as mais realistas já vistas na televisão brasileira até então, o que atraiu a audiência masculina.
Já entre o público feminino, o que chamou a atenção foram os amores das protagonistas. As sete mulheres representavam várias gerações, o que abria o leque de identificação. Rosário (Mariana Ximenes) era apaixonada por Estevão (Thiago Fragoso), soldado do exército inimigo ao de seu pai; Perpétua (Daniela Escobar) gostava de Inácio (Marcello Novais), um homem casado; Mariana (Samara Felippo) se interessava pelo índio João (Heitor Martinez) e também por Neto (Tarcício Filho), seu primo mais velho; Dona Caetana (Eliane Giardini) era bem casada com o líder da revolta, Bento Gonçalves (Werner Schünemann); Dona Ana Joaquina (Bete Mendes) era viúva; e Dona Maria Gonçalves (Nívea Maria) matinha um matrimônio por aparência.
Mas de todas, a jovem Manuela foi a que mais se destacou, isto aconteceu em grande parte devido a surpreendente interpretação de Camila Morgado, a qual ainda era desconhecida na época. Em seu primeiro papel na TV, Camila roubou a cena. Com seus olhos grandes e chorões, a ruiva encantou. Sua personagem era rejeitada pelo heróico Giuseppe Garibalde (Thiago Lacerda).
“A Casa das Sete Mulheres” teve uma média geral de 28 pontos, a terceira maior da década, perdendo apenas para “Presença de Anita” e “A Muralha”, esta também escrita por Maria Adelaide Amaral. História e ficção juntas em sua melhor forma.

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